Jogadores que vão ao Mundial de Clubes protestam sobre repasse financeiro da MLS

Todo o time estampou camisas criticando a forma como a liga americana vai distribuir a premiação do Mundial aos jogadores

Em meio à preparação para o Mundial de Clubes da Fifa, que começará no próximo dia 14 de junho, os jogadores do Seattle Sounders, dos Estados Unidos, enviaram uma mensagem clara à Major League Soccer (MLS) sobre a distribuição desigual de prêmios.

No aquecimento para a partida contra o Minnesota United, no último domingo (1), os atletas vestiram camisetas com frases como “Club World Ca$h Grab” (“Mundial de Roubo de Dinheiro de Clubes”, em tradução livre) e “Fair Share Now” (“Distribuição justa agora”), denunciando a política de repasse de bônus da liga.

Protestos na MLS antes do Mundial

A manifestação ganhou força fora de campo também. Os Emerald City Supporters, principal torcida organizada do clube, ecoaram os gritos de protesto nas arquibancadas e acusaram os dirigentes de ganância, com cantos como “vocês, bastardos sujos e gananciosos”.

A insatisfação gira em torno da divisão dos 9,55 milhões de dólares (R$ 54,6 milhões) que cada clube da MLS receberá por participar do torneio, valor estipulado pela Fifa como prêmio mínimo para equipes da Concacaf.

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, em evento de lançamento do Mundial de Clubes Foto: (Imago)
O presidente da Fifa, Gianni Infantino, em evento de lançamento do Mundial de Clubes (Foto: Imago)

Se avançarem, as equipes podem lucrar ainda mais: são 2 milhões de dólares por vitória, 1 milhão por empate e até 7,5 milhões extras ao superar a fase de grupos.

No entanto, os jogadores recebem apenas uma fração desse montante. O Acordo Coletivo de Trabalho (CBA) firmado em 2021, antes da criação do novo Mundial, prevê bônus específicos apenas para competições como a U.S. Open Cup ou a Leagues Cup.

Para torneios “não previstos”, como o Mundial da Fifa, a participação dos atletas está limitada a um bônus fixo de apenas 1 milhão de dólares, a ser dividido entre todo o elenco.

O goleiro Stefan Frei já havia criticado essa discrepância em entrevista ao jornal local “Seattle Times”, questionando como é justo enfrentar rivais que recebem até 700 mil dólares por cabeça, enquanto os atletas da MLS recebem muito menos.

A MLSPA, sindicato dos jogadores da liga, reforçou o protesto com um comunicado oficial. Segundo a entidade, a MLS se recusou a discutir ajustes no bônus para o novo torneio, mesmo após tentativas “respeitosas e privadas” de diálogo.

“São os jogadores que tornam o jogo possível. Eles merecem respeito e uma compensação justa”, declarou o sindicato. O Sounders integra o grupo de três clubes da MLS que disputarão o novo formato do Mundial de Clubes, ao lado de Inter Miami e Los Angeles FC. Todos os jogos da fase de grupos do Seattle serão em casa, contra Botafogo, Atlético de Madrid e o Paris Saint-Germain, recém-campeão europeu.