Fifa não pretende ter Mundial de Clubes a cada 2 anos e vê concorrência por sede aumentar

Entidade fará um balanço ao término do torneio atual para decidir mudanças; Marrocos é mais um país a mostrar interesse em sediar a edição de 2029

MIAMI GARDENS – Com casos pontuais de insatisfação, a Fifa tem recebido retornos positivos a respeito do novo modelo de Mundial de Clubes . Apesar do sucesso, porém, a entidade não vê a possibilidade de modificar sua periodicidade e torná-lo bienal. A competição deve se manter como quadrienal, conforme a proposta original, mas pode ganhar mais participantes, sendo ampliada de 32 para 48 clubes em 2029. Ao final desta edição, será feito um balanço para discutir erros, acertos e possíveis alterações.

Como não é considerado um evento-teste para a Copa do Mundo de Clubes, tal qual a antiga Copa das Confederações, sua antecessora no calendário do futebol, a organização do Mundial de Clubes não está necessariamente vinculada a uma sede da Copa seguinte.

Porém, dois países que serão palco da Copa de 2030 já manifestaram seu interesse em abrigar o próximo Mundial de Clubes. O primeiro deles foi a Espanha, seguido de Marrocos, que já havia especulado uma organização conjunta com Espanha e Portugal, mas agora planeja uma candidatura solitária. O Brasil também briga pelo posto, assim como Austrália e Nova Zelândia.

A Federação Marroquina não tornou oficial o interesse ainda, como fez o presidente da CBF, Samir Xaud, mas o Estadão apurou que o país africano tem o desejo de ser a sede do torneio que tem sido um sucesso na maioria dos países.

 

O que pode ajudar o Marrocos na disputa é a infraestrutura em construção no país. A nação africana será uma sede da Copa do Mundo de 2030, que terá jogos também na Espanha e em Portugal e as três partidas inaugurais na América do Sul, na Argentina, no Uruguai e no Paraguai.

Segundo o presidente da Real Federação Marroquina de Futebol (FRMF), Fouzi Lekjaa, cinco estádios existentes podem ser usados, assim como uma nova arena na cidade de Casablanca.

O Brasil anunciou seu interesse na semana passada, após o encontro do presidente da CBF, Samir Xaud, com o presidente da Fifa, Gianni Infantino, que também se encontrou na quinta-feira passada com o presidente da Real Federação Espanhola, Rafael Louzán. Na Espanha, há dissidências, uma vez que o presidente da LaLiga – que organiza o Campeonato Espanhol -, Javier Tebas, disse que a sua missão é acabar com o torneio.

A ideia do Brasil é usar o legado da Copa de 2014, isto é, parte da estrutura já existente, principalmente os estádios construídos para aquela Copa. Samir Xaud tocou no assunto em conversa com Infantino na Cúpula Executiva de Futebol da Fifa, em Miami, com representantes das 211 associações-membros da entidade. Além de Xaud, esteve presente na reunião do vice-presidente Gustavo Dias Henrique.

Por agora, trata-se de uma pré-candidatura, uma vez que não há processo formal aberto para os países registarem as suas candidaturas. Não se sabe ainda mesmo se o formato com 32 vezes será cancelado ou ampliado. Mas a ideia de mudar a periodicidade do torneio para dois anos é algo que não agrada a Fifa e é sugerido que essa mudança seja feita.

O secretário-geral Mattias Grafström já fez declarações misteriosas sobre o próximo Mundial de Clubes. Ele citou que é possível na América do Sul como sede ou até mesmo uma nova edição nos Estados Unidos, ou que seria favorecido pelos patrocinadores já firmados para esta edição.

Os quatro campeões da Libertadores entre 2025 e 2028 serão exclusivos, além de duas vagas via ranking quadrienal da Conmebol. Até ao momento, já têm vaga garantida na segunda edição: o Al-Ahli (campeão da Champions da Ásia), o Pyramis (campeão da Champions da África), o Cruz Azul (campeão da Concachampions) e o PSG (campeão da Champions League). O vencedor da Libertadores deste ano entrará nessa lista.