Após julgamento, órgão de controle e gestão da liga francesa decreta que o clube jogará a Série B na próxima temporada; Lyon vai recorrer
O Lyon, clube francês de John Textor, está rebaixado para a Série B por causa de sua má situação financeira. A decisão foi tomada nesta terça-feira pela Direção Nacional de Controle e Gestão (DNCG) da Liga de Futebol Profissional da França (LFP). O clube já havia sido proibido de contratar na janela de transferências de janeiro. O Lyon vai recorrer.
Em novembro de 2024, a DNCG havia determinado que o Lyon seria rebaixado administrativamente se não melhorasse a sua situação financeira até junho deste ano. No entanto, John Textor manteve a segurança e disse algumas vezes publicamente que a queda não seria concretizada.
Em entrevista coletiva em Lyon em 16 de novembro, Textor apresentou seus planos para evitar o rebaixamento. As principais medidas eram três: o aumento de receitas com vendas de jogadores da Eagle (que inclui o Botafogo), a abertura de capital da empresa na bolsa de Nova York e a venda da participação do empresário no Crystal Palace.
A abertura de capital ainda não ocorreu. No último domingo, Textor vendeu sua parte no Crystal Palace para Woody Johnson, dono do New York Jets, time da NFL, em transação avaliada em 190 milhões de libras (R$ 1,4 bilhão).
Na janela de janeiro, a maior venda da Eagle foi a de Luiz Henrique, que saiu do Botafogo para o Zenit por 35 milhões de euros. A questão é que a DNCG resiste a aceitar o argumento de caixa único de Textor. No caso do Lyon, a transação mais cara custou menos da metade de Luiz Henrique: o meia Caqueret trocou o clube francês pelo Como, da Itália, por 15 milhões de euros.
Depois de encerrado o Campeonato Francês, o Lyon fez uma venda importante: no último dia 10, Cherki se transferiu para o Manchester City por 36,5 milhões de euros fixos (mais 6 milhões de euros em possíveis bônus).
Dentro de campo, o Lyon terminou o campeonato em sexto lugar, posição que garante vaga na Liga Europa. O principal objetivo de Textor era a classificação à Champions League, o que não ocorreu. A participação na maior competição europeia de clubes era considerada fundamental para melhorar as finanças do Lyon.
Tentativa frustrada
Em março deste ano, o Eagle Football Group, empresa que comanda o Lyon, divulgou os resultados financeiros do primeiro semestre da temporada 2024/25, com prejuízo líquido de 117 milhões de euros (cerca de R$ 723 milhões na cotação atual).
Em razão da situação financeira, a DNCG esperava que os dirigentes do Lyon apresentassem garantias de, pelo menos, 100 milhões de euros para a atual temporada. Nesta terça, Textor foi ouvido pelo órgão em mais uma tentativa de evitar o rebaixamento. Antes de saber o resultado, ele mostrava confiança.
— Todos sabem por quanto vendemos o Crystal Palace. Esse dinheiro está investido na Eagle. Obviamente, gostamos de usá-lo para pagar nossas dívidas. Também gostamos de disponibilizar parte dele para a empresa. A Uefa nos pediu para investir uma quantia na empresa para garantir nossa sustentabilidade e tranquilizá-los. Atendemos ao pedido e fornecemos essa quantia. E esta é a apresentação que fizemos à DCG — disse Textor antes de saber do rebaixamento.